A experiência disney no desenvolvimento de software

29 de novembro de 2016 Por Ramon Durães

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Ao caminhar pelo parque da Disney certamente você vai perceber algo diferente principalmente como cada coisa é tratada no detalhe e essa experiência de atendimento já foi fruto de diversos estudos empresariais com o objetivo de levar as práticas para outras empresas. Hoje passeando pelo parque me veio o comparativo dessa experiência diferenciada para projetos de software.

O seu primeiro contato com qualquer item da Disney é pensado e projetado para gerar uma experiência positiva de qualidade e satisfação mesmo em cenários que envolvam milhares de pessoas diariamente. Você tem a plena convicção do potencial do seu projeto de software que facilmente pode impactar na vida de milhares de pessoas e por que não se desenha a aplicação para já nascer estruturada desde pequena permitindo crescer sem esticar ou realizar “puxadinhos”.

Um projeto de sucesso independentemente do tamanho não pode ser feito de qualquer jeito para “entregar” como o mercado tem tratado os projetos de software nos últimos anos remendando, esticando e levando o software ao limite tornando insustentável e na grande maioria das vezes descartável de tão ruim.

Ao olharmos para uma aplicação seja qual for é fundamental definir alguns direcionamentos para que possamos ter no mínimo uma linha de evolução. Eu considero fundamental o UX (User Experience) para permitir um uso natural da aplicação ou melhor traduzindo por seres humanos, o UI (User Interface Design) para envolver essa experiência em uma aparência agradável e um projeto de arquitetura e engenharia de software orientando ao reuso, qualidade de software e a componetização.

Para o desenvolvedor de software não importa o tamanho do projeto de software, ele sempre começa pequeno e de forma incremental vai agregando valor de negócio sendo esse um dos princípios da arquitetura da aplicação, porém estruturar o seu projeto é diferente de fazer de qualquer jeito. Na Disney cada item que você observa tem um propósito e nas aplicações não pode ser diferente. Cada porção do software deve entregar um valor de negócio.

O velho discurso de construir um prédio sem uma fundação para dizer que entregou não funciona mais nos projetos de software. O mercado já percebe o real impacto de um software ruim e essa falsa produtividade cai no chão porque a ausência de qualidade, estratégia de crescimento e escala compromete qualquer operação. A qualidade de software refletida pela produtividade, fácil manutenção e também performance é a nova realidade alvo de qualquer cliente que venha a administrar ou consumir uma aplicação.

A atrações na Disney dentro do parque possuem um ciclo de vida e algumas são reformadas com novas estratégias. Na prática eles não pitam de outra cor e colocam uma placa diferente e sim instanciam um novo brinquedo naquele espaço ou contêiner. Em sua aplicação certamente você adicionou um novo campo na tela e descobriu meses depois que outras telas foram impactadas pela nova roupagem no software.

A manutenção de um processo ruim compromete algo muito valioso da experiência Disney que é a satisfação do cliente por isso existe uma busca recursiva em torno do aprimoramento constante. Ao comparar com projetos de software não é difícil perceber o abandono e a perda de propósito ao longo dos anos. Hoje uma nova onda de mudança tem balançado o mercado e os projetos de software arcaicos visto que o custo de propriedade do software tem subindo até mais rápido que a lei de Moore na evolução da capacidade dos processadores.

O novo mercado altamente digital, online, mutável tem impulsionado um movimento positivo para a adoção de uma nova dinâmica nos projetos de software principalmente para atender um consumidor moderno que eu classifico como “Consumidor 5.0” que instala pelo menos 50 aplicativos em seu dispositivo e não tem mais medo do cara do CPD (Centro de Processamento de Dados) e sabe muito bem o que representa experiência.

Ao andar do pelo parque experimente perguntar alguma coisa ao pessoal do suporte que trabalha no parque para apoiar os visitantes. Agora faça o mesmo ligando para o colega ao lado reclamando da aplicação. Eu falo muito sobre tecnologia, mas temos que evoluir em outros pilares fundamentais. A operação de software envolve pessoas, sentimentos e momentos e o seu projeto precisa ter essa dinâmica necessária para ir se adaptando.

Durante os períodos de alta operação os parques se transformam como se fosse um Cloud escalando, gerenciando filas, criando atalhos e mimos para mesmo nos momentos mais críticos equilibrem a satisfação. Ao comparar com um software nós podemos levar uma grande vantagem, pois podemos projetar a aplicação em micro serviços, escalar porcões mais criticas da aplicação, validar a performance com visitantes virtuais, instrumentar o software para medir gargalos.

Ao tratar nesse artigo o tema “A experiência disney no desenvolvimento de software” eu procurei trazer uma reflexão sobre um cenário real de uma grande companhia que se posicionou no mercado como uma plataforma e vem servindo de modelo. O primeiro passo para a transição no seu projeto tem que ser dado no passo mais difícil que é você repensar como está desenvolvendo software e como impactar no coração do seu cliente criar essa relação de proximidade.

Estou a disposição para conversamos e compartilhar a nossa experiência de sucesso no mercado software com a transformações de projetos tradicionais “analógicos” em projetos digitais. Participe também nos comentários. Sua contribuição é fundamental nesse processo de transformação.

Ramon Durães
CEO, 2PC
MVP, Visual Studio
PSM, CSM, LKU

Esse artigo é um oferecimento da 2PC. Entre em contato para modernização de aplicações, Devops, Visual Studio e arquitetura de software.