A queda da Amazon AWS não é motivo de comemoração

3 de março de 2017 Por Ramon Durães

A internet balançou nesse ano de 2017 com um incidente em um dos serviços de nuvem da AWS. A falha do serviço se propagou por sites de todos os tamanhos que dependiam do consumo do serviço. Em cenários de nuvem de grande porte como AWS, Azure, Google e outros são raros esses problemas.

O ocorrido nos traz grandes reflexões sobre a questão e gostaria de trazer a vocês uma visão complementar sobre todo esse movimento de “Transformação Digital” que as empresas estão passando com o apoio da nuvem pública.

Hoje não vim aqui criticar a AWS pela falha e sim reforçar a necessidade de se olhar a nuvem como estratégia e não como redução de custo ou como algo que você precisa ter medo. O meu objetivo principal é provocar uma reflexão sobre o potencial da nuvem e a importância dos serviços como plataforma base para a escalabilidade das aplicações e negócios relacionados.

É muito fácil provar o ROI e qualidade das soluções de Cloud oferecidas pelos grandes players que passam por auditoria constante, normas de conformidade, segurança e investem bilhões de dólares em inovação anualmente.


Ao projetar uma estratégia de nuvem você pode optar por contratar garantias de replicação de dados, alta disponibilidade em várias unidades ao redor do mundo, serviços adicionais de redirecionamento e redundância conforme os requerimentos de cada projeto.

A lição aprendida se fosse resumir o artigo nesse momento é que não importa a nuvem você precisa analisar os requerimentos da sua aplicação e do negócio e em cima disso planejar a estratégia de LB (Load Balance), HA (High availability), DR (Disaster Recovery).

Ao planejar uma estratégia de nuvem você precisa navegar muito bem pelos conceitos de IaaS (Infrastructure as a Service) e PaaS (Platform as a Service) e conhecer ponta a ponta a aplicação para que possa avaliar toda a estratégia de alta disponibilidade conforme o nível de garantia requerido.

O modelo de autosserviço gera uma “falsa” sensação que tudo é muito simples, fácil e muito barato bastando subir uma aplicação sem planejamento, sem projeto que a sua vida está resolvida.

É muito comum erros de projetos que na maioria são cometidos pela simples falta de conhecimento dos próprios serviços que param devido a manutenções internas propagadas no sistema e não possuem a devida redundância configurada. Quanto mais moderno for o seu software e projetado para ser um serviço mais eficiente será o uso do Cloud.

Os serviços de PaaS tornam o processo mais escalável por serem gerenciados pela plataforma, porém nem toda aplicação está apta para esse tipo de cenário. Mas as vezes até um erro no projeto de storage da aplicação pode comprometer um serviço que precise de alta velocidade nos discos. Outro exemplo comum é a empolgação dos profissionais criando muitas subnets internas e depois VPN’s que além de serem tarifadas são mais lentas.

O erro mais grotesco que eu já vi foi um banco de dados em uma região e a aplicação em outra. Esse exemplo é aquela conta clássica que não fecha e se parece estranho para você eu digo que tenho visto muitos casos.

O Cloud é a plataforma ideal para a evolução dos seus negócios. Você hoje tem recursos nunca imaginados e caríssimos para implementar em um data center tradicional. Com a velocidade de evolução da tecnologia é desencorajador investir hoje em qualquer estrutura de datacenter que além de se tornar rapidamente defasada você terá o alto risco de não conseguir escalar para cobrir a demanda do negócio.

O principal ponto no Cloud seja qual for o fornecedor escolhido é ter em mente que nem tudo funciona no automático. Inicie por fases e verá que rapidamente conseguirá excelentes resultados.

Obrigado pela sua presença e lhe convido a participar nos comentários com a sua opinião a respeito. Precisando de ajuda em seu projeto faça contato.

Grato,

Ramon Durães – CEO, 2PC
MVP, Visual Studio
PSD, PSM, CSK, LKU