Cultura de qualidade em projetos de software

26 de março de 2017 Por Ramon Durães

O desenvolvimento de uma cultura de qualidade de software nos projetos não tem sido tratado como prioridade o que tem resultado em problemas recorrentes nas aplicações, insatisfação na própria equipe dos projetos e nos patrocinadores. Os incidentes em projetos de software se tornaram tão frequentes ao longo dos anos que foram absorvidos como um padrão e/ou como uma característica da dinâmica de determinado negócio.

O modelo criado “vamos fazendo” tem demonstrado não ser sustentável visto que desenvolver um software e depois sair aplicando gambiarras provoca um desgaste sem proporções em todo o ecossistema do projeto medido facilmente pelos ciclos de retrabalho, complexidade absurda em cada manutenção e o cenário de caos em cada alteração que prejudica a satisfação do cliente e a imagem de quem está fornecendo o serviço.

Hoje eu digo a você que o maior desafio da qualidade não é ter a tecnologia e sim mudar a cultura de todos os envolvidos. A minha pergunta nesse momento é se ninguém está preocupado com isso? Quando abordo o tema em rodadas de conversas nos projetos de software me aparecem os mais variados argumentos e justificativas como se o normal e agradável fosse produzir o software defeituoso.

Ao longo dos últimos 10 anos nós tivermos evoluções fantásticas como uma plataforma de DevOps a exemplo do VSTS (Visual Studio Team Services) que somado a práticas avançadas de arquitetura e engenharia de software proporcionam o verdadeiro desenvolvimento ágil de software e gestão moderna de aplicações.

No Visual Studio 2017 saiu uma nova ferramenta Live Unit Testing que permite demonstrar aos mais resistentes o funcionamento de um TDD (Test Driven Development) e a sua proposta de valor acelerando continuamente a qualidade e contribuindo na validação de cada regra de negócio coberta.

Durante esse vídeo eu trago uma provocação sobre a mudança da cultura de qualidade nos projetos de software e uso de práticas modernas com o objetivo de incrementar a qualidade continuamente nos projetos de software.


Eu tenho acompanhado o Visual Studio desde os seus primórdios e fico feliz em ver o quanto de investimento tem sido feito para suportar o profissional de software. Porém nada disso tem valor se a visão antiquada do projeto ainda é enxergar qualidade como custo e retrabalho como um item normal.

Nenhuma empresa no mercado capitalista deseja derramar milhões de reais com erros e retrabalho em software, mas fazem isso dentro de casa ou com fornecedores externos de forma tão natural que eu me pergunto se você profissional de software não se questiona sobre quando essa bolha vai estourar.

Essa semana conversando com um grande amigo que estava me trazendo algumas lamentações dos fornecedores dele de outsourcing, o mesmo tomou um susto quando eu falei que a culpa era dos dois “Contratante” e “Contratado” e após refletir ele concordou com a minha visão que não podem comprar software como fazem com uma caixa de canetas.

Ao chamar a atenção nesse artigo para o tema “cultura de qualidade de software” a minha proposta é provocar todos os profissionais do ecossistema de software para trabalharmos nessa transição cultural conversando com o máximo de pessoas ao nosso redor. A cultura de qualidade está diretamente relacionada com o custo de propriedade software e quanto mais cedo for o investimento mais barato sairá o projeto.

Nesse momento nós podemos apresentar uma matemática simples. Você faz um software ruim tem enormes problemas durante o desenvolvimento naquela mágica dos “90%” pronto e por fim diz que está pronto e segue seu processo até ir para produção. Conseguindo ir até produção o seu cliente descobre rapidamente que não funciona e nisso vira um ciclo vicioso onde no descontrole emocional (Modo = (1-Sem paciência, 2-Pânico, 3-Tou nem ai)) você ajusta qualquer coisa e libera para produção e isso quando já não faz lá diretamente.

Agora você que você concorda comigo e me questiona se traz tantos benefícios uma estratégia de qualidade continua qual o motivo de tamanha resistência em modernizar esses projetos e eu lhe respondo em voz alta “C U L T U R A”.

Fez sentido para você? Participe nos comentários, curta e compartilhe para atuarmos juntos como agentes da transformação digital nos projetos de software.

Até a próxima !!

Ramon Durães
CEO, 2PC
MVP, PSM, CSM, PSD, LKU

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