O custo de propriedade do software

21 de outubro de 2016 Por Ramon Durães

Custo de propriedade do software

A área de software tem uma dinâmica diferente de outros segmentos por envolver gestão da criatividade e a transformação de uma visão em algo não tão palpável como a produção de um carro ou um prédio, porém com impacto intangível tamanho a dependência das aplicações em nossas vidas nos dias atuais. Para um leigo um simples aplicativo como um Uber, WhatsApp não passa de um “simples” sisteminha com apenas 3 ou 4 campos de entrada.

O software está cada vez mais presente nas empresas e no dia a dia das pessoas impulsionando uma demanda crescente por soluções de software que possam saciar o perfil do consumidor moderno, inteligente e conectado com as redes sociais e aplicativos. Esse grande movimento do consumidor moderno e empresas conectadas trouxe à tona um problema pouco explorado no mercado que conceituo como “Custo de propriedade do software” em referência ao TCO (Total cost of ownership).

Ao longo dos anos a área de software assim como outras áreas passaram por uma verdadeira revolução seja de novas tecnologias, processos e pessoas, porém os estágios produtivos de software em sua maioria continuam os mesmos onerando enormes investimentos que seguem de um ciclo de retrabalho interminável ao ponto de afirmar com tranquilidade que o custo de manutenção do software mal projetado é mais caro que o custo do desenvolvimento.

Ao analisar o estudo “The Seven Qualities Of Wildly Desirable Software” conduzido pelo Forrerster o mesmo comprovou em números que a manutenção de um problema em produção chega a custar 30 vez mais. Em nossos estudos nos últimos 10 anos interagindo com toda a indústria de software analisando os desafios percebemos que o problema é ainda mais complexo comprometendo a inovação, escalabilidade e continuidade do negócio visto que todo o investimento do negócio é consumido na manutenção destrutiva do software.

A causa comum em grande parte dos projetos não está relacionada ao uso de tecnologias ultrapassadas, falta de pessoas ou definição de requisitos e sim ao uso de práticas e estratégias de desenvolvimento de software ultrapassadas. Parece estranho, mas é como se você investido em uma aeronave moderna que veio de fábrica sem motor e não pode voar e para não perder o investimento foi adicionado um trator para puxar e usar como carroça de luxo. Esse cenário está acontecendo hoje em alguma empresa perto de você.

No mercado atual as empresas já estão se questionando pela primeira vez o custo de propriedade do software tentando entender o retrabalho, ciclo repetitivo e até o fator inexplicável que gera tantos problemas em sequência toda vez que ocorre uma mudança chegando ao ponto de diminuir a produtividade a medida que mais pessoas se juntam ao desenvolvimento do software pela quantidade de problemas propagados.

O mercado já comprovou que a solução não está simplesmente restrita a troca da tecnologia utilizada no desenvolvimento e sim ao ponto mais importante que é a adoção de uma nova cultura em desenvolvimento de software que seja baseada em uma estratégia moderna “digital” estruturada em práticas de arquitetura e engenharia de software seguindo modelos ágeis com o objetivo de transformar a área de aplicações em um centro de serviços orientado a resultados.

A nova tecnologia com os velhos conceitos de software analógico não resultam em valor ao negócio, apenas no adiamento ou transportando o problema em uma tecnologia legada para o mesmo problema na tecnologia nova criando um novo legado. Se você trabalha no mercado de software sabe muito bem o que estou falando e principalmente se passa o dia inteiro resolvendo bugs sem nunca ter tempo para inovar.

A redução do custo de propriedade é o maior desafio da indústria de software nos últimos anos, pois estamos vivendo um caos nos projetos como resultado de se ignorar os principais conceitos de desenvolvimento moderno tendo a qualidade como premissa, reuso, padrões e estratégia como parte do processo de transformação.

O próprio conceito de produtividade está completamente equivocado ao considerar que para ganhar velocidade é necessário ter uma mágica que multiplique as telas da aplicação sendo que isso não representa nem 5% do esforço do projeto. O maior esforço está na inteligência do negócio que feito sem uma fundação sustentável quebra e afeta toda a operação da aplicação comprometendo o planejamento e o resultado final da entrega.

Ao implementar o reuso e consumo de serviços no lugar de duplicar o código fonte em todo o projeto você evita a replicação de bugs e o trabalho de manutenção em cada tela e ainda consegue expor o negócio como serviço gerando novas oportunidades no software e em toda a estratégia da empresa.

A transição para a transformação digital é um separador em qualquer empresa e a área de aplicações (software) está a cada dia posicionada como centro de resultados e fundamental no planejamento estratégico do negócio.

Estou a disposição para conversamos e compartilhar a nossa experiência de sucesso no mercado software com a transformações de projetos tradicionais “analógicos” em projetos digitais. Participe também nos comentários. Sua contribuição é fundamental nesse processo de transformação.

Até a próxima !!!

Ramon Durães
CEO,
2PC
MVP, Visual Studio
PSM, CSM, LKU

Esse artigo é um oferecimento da 2PC. Entre em contato para modernização de aplicações, Devops, Visual Studio e arquitetura de software.